Logo Atualiza Aí 2.0
04/08/2025 07:28 | Política

Feminicídio em Campos dos Goytacazes reflete tragédia nacional

Imagem da notícia



O Brasil continua a enfrentar uma grave epidemia silenciosa: o feminicídio. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que, apenas em 2024, mais de 1.400 mulheres foram mortas no país pelo simples fato de serem mulheres — um aumento preocupante em relação aos anos anteriores. Esse cenário de violência também se manifesta de forma dolorosa em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

Na cidade, casos recentes reacenderam o debate sobre a urgência de políticas públicas efetivas e do fortalecimento da rede de proteção à mulher. Em 2025, Campos já registrou cinco feminicídios, segundo informações da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM). Cada número esconde histórias de mulheres que, muitas vezes, já haviam buscado ajuda, mas encontraram portas fechadas — ou respostas lentas de um sistema que deveria protegê-las.

Especialistas alertam que o feminicídio não começa no ato extremo da morte. Ele é o desfecho de um ciclo de violência que se inicia com o controle, a agressão verbal, o isolamento e as ameaças. Em muitos casos, essas agressões se perpetuam dentro do próprio lar, diante de filhos, pais e vizinhos, sem qualquer tipo de denúncia ou intervenção.

Campos, apesar de possuir uma rede básica de acolhimento, como o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) e a própria DEAM, ainda carece de estrutura para garantir a proteção imediata a vítimas em situação de risco. Faltam abrigos emergenciais, psicólogos e agilidade no deferimento de medidas protetivas. Além disso, a cultura machista e o medo da denúncia continuam sendo barreiras duras de romper.

É nesse cenário que leis como a Maria da Penha e as iniciativas locais, como a recente inclusão da temática da violência contra a mulher na matriz curricular de escolas públicas municipais, precisam ser fortalecidas. Educar é prevenir. E prevenir é salvar vidas.

O feminicídio é mais do que um crime: é um sintoma de uma sociedade doente, que naturaliza a violência contra a mulher. Campos dos Goytacazes não pode mais chorar suas filhas depois que é tarde demais. É preciso agir — agora.

Compartilhar:

← Voltar

💬 Comentários


Nenhum comentário até o momento.