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09/10/2025 14:32 | Colunistas
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por Paloma Araújo

A morte da vilã.

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Quem viveu os anos 80 certamente lembra do impacto da morte de Odete Roitman, uma das vilãs mais marcantes da teledramaturgia brasileira. O país parou diante da televisão para descobrir a resposta da icônica pergunta: quem matou Odete Roitman? — Vale Tudo contextualizou uma trama de suspense que entrou para a história da TV brasileira.

Hoje, com o remake da novela, a morte da emblemática personagem volta à cena. Mas desde 1989, ano em que a obra de teledramaturgia terminou, 36 anos se passaram e a sociedade mudou, e com isso, leis foram criadas para regulamentar as relações sociais existentes.
Nos anos 80, a morte de uma mulher causava comoção nacional, mas hoje, parece que nos acostumamos com a ler e ouvir notícias sobre feminicídio. Sim, a morte de Odete Roitman é um feminicídio.

Quase todos os dias, uma nova manchete circula: uma mulher foi assassinada pelo companheiro, marido ou ex-marido, namorado. E, diferente das novelas, essas histórias não têm roteiro, atores, ensaios, muito menos final feliz.
A banalização do feminicídio na mídia e nas redes sociais nos mostra o quanto a sociedade ainda naturaliza a violência de gênero. Quando a morte de uma mulher vira apenas “mais uma notícia”, perdemos a capacidade de nos indignar — e é neste momento que devemos acender nosso “sinal de alerta”.

É nesse contexto que a Lei Maria da Penha se torna tão essencial. Criada para proteger mulheres em situação de violência doméstica, ela representa uma conquista histórica, resultado da luta e da dor de muitas que foram silenciadas. A Lei n° 11.340/2006 não é apenas um instrumento jurídico: é um símbolo de resistência, proteção e esperança.

Mais do que nunca, precisamos falar sobre isso. Porque nenhuma mulher deve ser lembrada apenas pela forma como morreu — mas sim pelo direito que tem de viver com dignidade, respeito e liberdade.

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