Apesar de ser oferecida gratuitamente pelo SUS desde 2014, a vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano) ainda enfrenta baixa adesão em diversas regiões do Brasil. Especialistas alertam: ampliar a cobertura vacinal é fundamental para prevenir casos de câncer de colo do útero, garganta, pênis e ânus — todos associados à infecção pelo vírus.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a cobertura da primeira dose entre meninas de 9 a 14 anos chegou a cerca de 76% em 2023, mas a aplicação da segunda dose ficou abaixo dos 60%. Entre os meninos da mesma faixa etária, os índices são ainda menores. A meta preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de pelo menos 90% de cobertura vacinal entre adolescentes.
“Estamos lidando com um problema de saúde pública que pode ser evitado com uma vacina segura, eficaz e já disponível”, afirma a infectologista Dra. Carla Lima. “O HPV é responsável por mais de 95% dos casos de câncer de colo do útero, que é a quarta causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil.”
A vacina é mais eficaz quando aplicada antes do início da vida sexual, justamente por isso o público-alvo são meninas e meninos a partir dos 9 anos. No entanto, ainda há resistência de alguns pais e responsáveis, motivada por desinformação, mitos e preconceitos.
Campanhas de conscientização têm sido fundamentais para combater notícias falsas e esclarecer a população. Em 2024, o Ministério da Saúde ampliou os esforços para levar a vacinação às escolas, numa tentativa de facilitar o acesso e aumentar a cobertura.
“É preciso tratar a vacina contra o HPV como prioridade. A prevenção é sempre o melhor caminho, e neste caso, pode salvar milhares de vidas todos os anos”, reforça a médica.
Aos pais, fica o alerta: a vacinação não está relacionada ao incentivo à atividade sexual precoce, mas sim à proteção contra um vírus silencioso e perigoso. Garantir a imunização dos filhos é um ato de amor, responsabilidade e saúde pública.
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